De acordo com especialistas, a média de internação de pacientes com a Sim-P é de até dez dias. Após a alta, há necessidade de acompanhamento ambulatorial, com reumatologista e exames. Em geral, o tratamento é feito com imunoglobulina e corticoides.

Ainda não se sabe por que algumas crianças desenvolvem o quadro quando a maioria tem sintomas leves. No Pará, pesquisadores do Instituto Evandro Chagas avaliaram 11 pacientes de 7 meses a 11 anos de idade que tiveram o diagnóstico da Covid-19 e desenvolveram a síndrome. O tempo entre a exposição ao vírus e a ocorrência da manifestação variou de 7 a 60 dias.

Para o grupo, o fato de a maioria ter anticorpos e não infecção aguda pode sugerir o “desenvolvimento errático de imunidade adquirida”. Segundo os especialistas, é preciso que pais e profissionais de saúde estejam alertas para os sintomas. Para Otsuka, os casos também mostram que são necessários mais estudos sobre o novo coronavírus.

Questionadas, as secretarias estaduais de Saúde dizem que têm emitido orientações. Dos 19 estados e o DF que responderam à reportagem, seis disseram que não registraram casos da síndrome (Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins).

Já o Ceará apresentou o maior número de registros: 41 até agora. Em seguida vêm o Rio de Janeiro, com 22, e São Paulo, com 18 casos. Em nota, o estado atribui o maior número de casos a ações de testagem em massa e vigilância.

“Todos os núcleos de vigilância hospitalar estão cientes da necessidade de vigilância dessa síndrome e se comunicam constantemente com o Centro de Informações Estratégicas”, afirmou.

As nove mortes identificadas e investigadas ocorreram em São Paulo, no Ceará, no Rio de Janeiro, no Pará e na Bahia.

Para Caroline Oliveira, mãe de Miguel, a atenção da equipe de saúde foi fundamental para a recuperação do filho. “Vou ser eternamente grata. Se tivesse esperado um pouco mais, ele poderia ter sequelas para o resto da vida.”