A Polícia Civil do Paraná cumpriu, nesta semana, dois mandados de busca e apreensão contra um empresário de 45 anos, dono de uma empresa de Energia Sustentável, sediada em Umuarama. Ele é investigado por aplicar golpes milionários envolvendo contratos de usinas fotovoltaicas e por lavagem de dinheiro.
As ordens judiciais, expedidas pelo Poder Judiciário de Umuarama, foram executadas em um condomínio onde o investigado reside, e na sede da empresa.
Durante a operação, foram apreendidos documentos, duas pistolas calibre .380, quatro munições calibre .38 e o celular do empresário, que será periciado. Ele foi autuado em flagrante por posse ilegal de munições, e liberado após pagar fiança de R$ 2.000. Em relação às pistolas, apresentou registro regular de posse.
O GOLPE
As investigações começaram em maio, após a denúncia de um produtor rural de Maria Helena (PR), que assinou contrato para instalação de duas usinas de energia com promessa de rendimento mensal de R$ 8 mil durante oito anos. O pagamento seria viabilizado por um financiamento bancário, cujas parcelas seriam assumidas pela empresa investigada.
Poucos dias depois, o produtor descobriu que havia sido firmado em seu nome um contrato de crédito rural junto à Caixa Econômica Federal de Paranavaí, no valor de R$ 1,2 milhão. O recurso foi transferido à empresa, mas as usinas nunca foram instaladas e o empréstimo não foi quitado, resultando na negativação de seu nome e risco de perda de bens.
VÍTIMAS EM NOVA SANTA ROSA
Em Nova Santa Rosa, três pessoas também foram vítimas do mesmo esquema. De acordo com um boletim registrado na 47ª Delegacia Regional de Polícia de Marechal Cândido Rondon, o empresário ofereceu contratos semelhantes, prometendo instalação de usinas de energia solar, pagamento do investimento e repasse do retorno da venda da energia por oito anos, após o qual os equipamentos pertenceriam aos contratantes.
Durante a negociação, documentos bancários foram apresentados para abertura de contas na Caixa Econômica Federal em Paranavaí. As vítimas relataram que não tiveram acesso ao dinheiro dos financiamentos, que variaram entre R$ 600 mil e R$ 1,5 milhão. Uma das usinas sequer chegou a ser instalada.
As vítimas também suspeitam de possível envolvimento de funcionários da instituição financeira, já que afirmam nunca terem comparecido pessoalmente à agência para os procedimentos de liberação dos contratos.
REINCIDÊNCIA
Segundo a Polícia Civil, outros boletins de ocorrência já foram registrados contra o mesmo empresário em cidades como Paranavaí e Assis Chateaubriand. Os prejuízos variam de R$ 1,1 milhão a mais de R$ 4 milhões.
A 7ª Subdivisão Policial de Umuarama também recebeu documentos da Polícia Federal de Maringá que apontam a existência de até 80 vítimas, principalmente produtores rurais da região noroeste e oeste do Paraná.
INVESTIGAÇÃO EM ANDAMENTO
Os materiais apreendidos serão analisados para reforçar as investigações.
As autoridades orientam que pessoas que tenham sofrido prejuízos semelhantes procurem a delegacia mais próxima para registrar ocorrência.