A Polícia Científica do Paraná confirmou, por meio de exame pericial de DNA, que a ossada humana encontrada enterrada no dia 20 de agosto, em Pontal do Paraná, é de Sandra Mara da Silva Camargo, moradora de Cascavel que estava desaparecida desde dezembro de 2024. A informação foi divulgada oficialmente nesta terça-feira (16) pela Polícia Civil do Paraná.
Com a conclusão do laudo, é encerrada a principal dúvida da investigação e reforçada a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná contra o ex-namorado da vítima, um homem de 33 anos, acusado de feminicídio qualificado — pelo uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima — além do crime de ocultação de cadáver. O investigado está preso preventivamente desde 20 de fevereiro. A defesa nega a autoria do crime.
Sandra mantinha um relacionamento com o acusado há cerca de quatro anos. Natural de Cascavel, ela se mudou para o litoral do Paraná para morar com o companheiro e foi vista pela última vez em 13 de dezembro de 2024, por volta das 16h, quando chegou à residência onde morava, no bairro Jacarandá, em Pontal do Paraná.
Durante as investigações, bombeiros civis e militares realizaram buscas nos dias 8 e 9 de março em uma área de mata da região. No local, foram encontrados um facão, peças de roupas reconhecidas pela filha de Sandra, um par de botas e um lençol com vestígios que sugerem sangue, elementos que passaram a integrar o inquérito policial.
O advogado de acusação, Leonardo Mestre, afirmou que o trabalho da Polícia Civil foi conclusivo. Segundo ele, as provas reunidas não deixam dúvidas quanto à autoria do crime. A Polícia Civil também considera o inquérito robusto e aguarda os próximos desdobramentos no Judiciário.
A trajetória de Sandra inclui passagens por outras cidades antes de se estabelecer em Pontal do Paraná. Em entrevista concedida no dia 21 de fevereiro, a filha da vítima relatou que a mãe e o acusado chegaram a morar em Florianópolis e, após um período separados, voltaram a residir no litoral paranaense, dividindo um imóvel para reduzir custos.
Segundo a filha, em setembro de 2024, Sandra esteve em Cascavel para uma audiência de ação trabalhista e contou que havia se mudado para uma residência próxima à praia. “Ela disse que ele tinha cedido uma peça para que ela não pagasse aluguel e pudesse trabalhar mais perto da praia. Ela fazia a locação daquelas bolhas de silicone onde as pessoas entram e ficam na beira da praia. Assim, poderia aumentar a renda”, relatou a filha.
Com a confirmação oficial da identidade da ossada, o processo segue em tramitação na Justiça. O caso agora aguarda decisão judicial que irá definir se o réu será levado a julgamento pelo Tribunal do Júri.